A Transformação que necessitamos

O que não nos permitimos viver não conseguimos ultrapassar

É o que diz indiretamente o ensinamento budista.  Gastamos uma boa parte de nossa energia tentando manipular o mundo externo, tentando controlar e configurar as situações da vida de forma que possamos nos sentir bem e confortáveis. Evitamos nos deparar com as paisagens internas que nos incomodam, que afloram em nós sentimentos e emoções que nos desagradam.  Somos mestres em fugir de nós mesmos. Tomemos por exemplo o sentimento de angústia. Em geral como lidamos com a angústia? Suprimindo-a. Não é uma atitude que tenha em si muita sabedoria… Poluímos nosso ambiente interno e externo. Criamos lixo externamente nos movimentando demais, consumindo demais, falando demais, e internamente criamos desarmonia, desequilíbrio de nossas energias sutis e perturbação em nossa mente. Fugir da situação só nos leva a um perpétuo “condenamento” de nos depararmos com a mesma situação, vez após vez, até que possamos enfim purificá-la.

A física quântica traz um novo paradigma em nossa forma de interagir com o mundo a nossa volta. Uma nova maneira de entender a nós mesmos e ao universo que nos rodeia. O paradigma quântico introduz o mundo interno! Este mundo sutil, de pensamentos, emoções, intenções e espiritualidade, e mostra como nossos posicionamentos internos determinam nossas experiências externas.

Trazendo estas ideias para um contexto mais prático, estamos todos num momento em que rezamos pela cura do coronavírus, seria excelente!

Mais maravilhoso ainda seria sairmos desta crise com as transformações internas que se fazem necessárias para um mundo mais harmonioso e equilibrado.

Mudamos muita coisa na nossa rotina diária. Vemos muito o termo “o novo normal”, mas não adianta simplesmente mudar o externo, apesar de nossa mente ser extremamente condicionada ao paradigma clássico de um mundo externo existente independente do observador. Mudança e transformação são coisas diferentes. Transformação é algo mais profundo. Exige um salto quântico de consciência para uma visão mais ampla de si mesmo, e de como entendemos o mundo ao nosso redor.

Os fenômenos sutis são enfim incluídos na descrição de nosso universo pela física quântica, e vemos que este mundo invisível é tão real quanto julgamos ser real a matéria grosseira que nos rodeia. Além de real é determinante para nossas experiências, saúde e qualidade de vida.

Como lidar então com essa conexão externo/interno? O silêncio interior nos abre para a possibilidade de nos sentarmos com nossa angústia ou outro sentimento conflituoso qualquer. Precisamos “atravessar por dentro” desses sentimentos, nos sentarmos com eles e os iluminarmos com a luz de nossa consciência. Costumamos dizer na prática de meditação que nada resiste a uma boa olhada.

Só transformaremos o mundo quando nos transformarmos primeiro.

É necessária essa autocompaixão, esse acolhimento conosco, sem julgar, sem conceituar, apenas estarmos junto, presentes com a gente mesmo. Este é o caminho para a verdadeira transformação que precisamos, que realmente vai mudar nossa vida, ampliar nossa visão, nos levar a um nível de consciência mais amplo, onde as mudanças poderão se refletir em nosso mundo externo de forma definitiva, e trazendo assim também a mudança dentro de uma base mais profunda.

Por Eliane Xavier

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